Marcos Lobato (Diretor de Assistência Hospitalar e Ambulatorial do Estado do RS), Dr. Alexandre Doval (Presidente do Crefito 5) e Dr. Alexandre Simoes Dias (Diretor da Unidade Regional RS da ASSOBRAFIR).
No último dia, 4, a Coordenadora da Comissão de Especialidades, Sonia Manacero e a diretora-secretaria Lenise Hetzel, representando o Crefito5, Alexandre Simões, Adriana Dal Bosco e Bruna Ziegler representando a Associação de Fisioterapia Cardiorespiratória e Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), Luana Caloy, representante da Câmara Técnica de Fisioterapia Dermatofuncional do Crefito5 e da Associação Brasileira de Fisioterapia Dermatofuncional (Abrafidef/RS) participaram da reunião do Departamento de fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências da Saúde da UFSM, representantes da secretaria de saúde estadual e municipal com a Força Nacional do SUS. A motivação é a necessidade de prestação de serviço após as altas dos pacientes, pois vários necessitam ser acompanhados no decorrer de suas vidas.
Ao final Adriana Dal Bosco trouxe a notícia, juntamente com a professora Marisa Gonçalves, de que da reunião com a Força Nacional do SUS foi desenvolvido um documento em que relacionava o número de profissionais necessários para auxiliar no atendimento a todos os envolvidos, que acredita-se ser pelo menos 625 pessoas que mesmo já foram atendidas precisam ser acompanhadas, porém existe a necessidade do mapeamento pois acredita-se que chegue há mais de mil e quinhentas pessoas envolvidas, entre familiares das vítimas, profissionais e cidadãos envolvidos no socorro e que vem vivenciando o incidente desde que ele ocorreu, e que precisarão de atendimento multiprofissional de fisioterapeutas especialistas em cardiorespiratória, dermatofuncional e neurofuncional, além de terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e farmacêuticos. Foi solicitado além de pessoal especializado espaços equipados com a relação de materiais necessários para o atendimento de todos os envolvidos.
Na tarde do dia 5 houve outra reunião para revisão do documento e encaminhamento as autoridades responsáveis. Nesta segunda reunião, na qual participou a Lenise Hetzel, representando o Crefito5, Adriana Dal Bosco e Bruna Ziegler representando a Associação de Fisioterapia Cardiorespiratória e Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Clori Pinheiro, representante da Associação das Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul (ATORGS). O documento sugere a criação de 3 centros de atendimento que trate por pelo menos 10 anos destes pacientes, visto que se trata de um incidente que ficará marcado na vida de muitos gaúchos.
Na terça-feira, 5, ocorreu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre uma reunião de três horas que terminou com promessa de rede de tratamento permanente às vítimas de Santa Maria e verba do Estado para criação deste serviço.
“Não estávamos preparados para uma crise, mas conseguimos manejar a situação. Agora, temos que criar uma rede de assistência de longo prazo às vítimas de Santa Maria”, com esta fala o Diretor do Diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial do Estado do Rio Grande do Sul, Marcos Lobato, deu inicio ao seu pronunciamento. Desde a tragédia em Santa Maria, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Rio Grande do Sul vem informando os profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais da importância do atendimento destes pacientes, mas foi só a partir do pronunciamento do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que o governo começou a se mobilizar.
No dia 04, o Crefito5 acompanhado das associações Abrafidef, ASSOBRAFIR e Atorgs, conversou com os profissionais e conheceu a realidade hospitalar do atendimento em Santa Maria. Ontem, às 18h, foi a vez de abordar o tema com os hospitais de Porto Alegre, na presença dos fisioterapeutas que atendem estes pacientes e que possuem experiências nas áreas de Dermatofuncional, Cardiorrespiratória, Terapia Intensiva e Contextos Hospitalares. “Desde aquele fatídico domingo, o Conselho buscou informar os profissionais, conversamos com os fisioterapeutas responsáveis pelos hospitais em SM, nos colocamos à disposição. Mas compreendemos que ainda é preciso muito mais, não apenas voluntários, mas uma rede de fisioterapeutas contratados para atender estas vítimas”, destacou o presidente do Crefito5, Alexandre Doval.
O diretor da Unidade Regional Rio Grande do Sul da ASSOBRAFIR , Alexandre Simões, aproveitou o espaço para compartilhar com os profissionais a reunião que teve em Santa Maria com os órgãos públicos do município, Estado e Governo Federal. “O consenso na reunião de segunda-feira foi o de que precisamos pensar em uma estratégia para alta destes pacientes e necessitamos de uma rede que contemple todo o tratamento que será necessário, incluindo fisioterapeutas cardiorrespiratórios, dermatofuncionais, neurofuncionais, terapia ocupacional, além de outras áreas da saúde. É preciso lembrar que estes pacientes foram expostos a intoxicação por cianeto, e o caso mais recente em que isso ocorreu foi na África, em 1984, e foram evidenciadas consequências desta exposição ao longo dos anos. Precisamos agora é agilizar esta rede, que contará com mais de 100 profissionais”, completou.
Ainda preocupados com o tema da alta dos pacientes, o fisioterapeuta do Hospital Pronto de Socorro de Porto Alegre e representante do prefeito José Fortunati, Éder Kroeff Cardozo, realizou uma palestra em que explicava o tratamento do paciente queimado e a importância da mobilização correta, de movimentações e massagens. Na ocasião lembrou que certos tratamentos duram meses e até anos, e que muitos pacientes passam a ter a obrigação de usar malhas que poderão aperfeiçoar a parte estética. Porém, a grande preocupação consiste na ida deste paciente para casa, às vezes por causa da estrutura familiar ou outras situações, o tratamento não tem continuidade e o paciente leva sequelas para o resto da vida.
Embora sejam casos diferentes, as vítimas do incêndio da Boate Kiss, bem como os bombeiros ou os voluntários que se expuseram as chamas ou a fumaça para salvar as pessoas que ainda estavam no local, entraram em contato o Cianeto, mesmo componente utilizado em câmaras de gás, e que, podem trazer sintomas e conseqüências ao longo dos anos. Assim, o tratamento destes pacientes, seja respiratório, dermatofuncional, neurológico e até mesmo, para uma nova vida com plenitude, devem ser contínuos e ininterruptos. Neste consenso os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais presentes manifestaram sua opinião ao Governo do Estado, bem como sua preocupação em como seriam montadas estas redes de atendimento, citando inclusive os valores pagos pelos serviços de fisioterapia. Lobato assegurou que está à disposição do Conselho e dos profissionais para aprofundar este e outros temas e enfatizou que Santa Maria contará com uma rede, um centro de reabilitação a estes pacientes. Tema que será construído por meio de reuniões com secretários de saúde, governo federal, entre outras esferas.
O encontro é uma promoção do Crefito5, por meio da Comissão de Especialidades; da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratório e em Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR); da Associação Brasileira de Fisioterapia Dermatofuncional (Abrafidef); da Associação dos Terapeutas Ocupacionais do Rio Grande do Sul (Atorgs); com o apoio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Também estiveram presentes neste evento a representante da Abrafidef, Luana Calloy; a vice-presidente da Atorgs, Vera Barcelos; a fisioterapeuta do Hospital Cristo Redentor Fernanda Kutchak; a fisioterapeuta do Hospital de Pronto Socorro Ângela Fernandes, e cerca de 50 profissionais que atuam em UTI ou em demais áreas da fisioterapia e da terapia ocupacional.
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