ARTIGO COMENTADO REABILITAÇÃO CARDÍACA FASE 1

24-10-2010

Em julho de 2011, um grupo paranaense (Macedo e colaboradores), em seu estudo “Phase I of cardiac rehabilitation: A new challenge for evindence based physiotherapy” (World J Cardiol 2011 July 26; 3(7): 248-255) revisaram a aplicação e execução de protocolos de reabilitação cardíaca na fase I.

Nesta revisão eles tentam apontar os possíveis problemas associados aos modelos de protocolos sistematizados de exercícios aplicados ainda no ambiente hospitalar, especialmente alertando para o pequeno número de estudos e falta de comprovação de sua efetividade.

De acordo com o American College of Sports Medicine, a fase I da reabilitação cardíaca visa minimizar os efeitos da restrição ao leito e é finalizada com a alta hospitalar. O início precoce da reabilitação cardíaca é fundamental para atenuar os prejuízos ocasionados pela inatividade e pelo dano miocárdico. No entanto, observa-se subjetividade e falta de individualização na prescrição do exercício tanto para pacientes no pós operatório de cirurgia cardíaca, quanto para os pacientes pós infarto agudo do miocárdio (IAM). Os princípios do treinamento (sobrecarga, especificidade e reversibilidade) e a periodicidade do treino são na maioria dos estudos definidas a partir de critérios subjetivos, tornando-se uma barreira a comprovação dos benefícios da fase I.

Diferentes modelos de prescrição individualizada e periodizada de exercícios na fase I da reabilitação cardíaca devem ser estudados, sendo um desafio para a fisioterapia baseada em evidência. O novo modelo de protocolo deve respeitar os princípios da fisiologia clínica do exercício, devendo ser comprovados através de ensaios clínicos randomizados e controlados. A programação da prescrição definida através de microciclos, ou séries baseadas em testes funcionais possam garantir a objetividade, maior aderência e consequentemente, melhores resultados.

Georges Willeneuwe de Sousa Oliveira

Fisioterapeuta

Especialista em Fisioterapia Respiratória – ASSOBRAFIR

Mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Docente do Curso de Fisioterapia – Universidade Potiguar (UnP Mossoró)

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